A cada nova aurora,
réstias de luz
brincam em nossas vidraças,
e aguardam a febre do meio-dia.
Na dispersão da luz
as cores se avolumam:
terra, laranja,amarelo e ferrugem.
Solarizada, a natureza
realça sua vivez até afogar-se num pélago
de tintas outonais.
Entre contrastes, a lúcida pupila
acomodou sua alma
na visão edênica,
criando para si
um mundo ainda inconcluso,
advento da tônica final.
O que esta visão revela?
Um silêncio?
Uma ventania?
Uma canção?
Colhe-se canções quando em pranto
jogamos as sementes?
Dúnia de Freitas
In À Beira de mim na madrugada azul
foto por Moshélio
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