terça-feira, 15 de outubro de 2013

DESAPEGO



Somos como as folhas de uma grande árvore. Quando o vento passa,
nos leva para onde a força da vida indicar.
Todos são espíritos.
Todos são imortais.
Nós não temos cor, não temos raça nem bandeira que limite a nossa ação.
Às vezes é preciso que o vento nos leve até determinado lugar para aí desempenharmos uma tarefa. A gente se esconde num corpo quente, num coração amoroso e então renasce vestido de carne, com roupa branca ou preta, ou amarela; bonita ou feia. Quando  chega a hora e o vento sopra novamente, partimos, deixamos a roupa usada e rumamos para onde a vida nos conduzir, para viver outra experiência.
Por isso é que devemos nos desapegar das coisas do mundo, mesmo daquelas que são boas. Estamos de passagem. Somos todos peregrinos, romeiros da vida.
Em nossa viagem pelo mundo só possuímos, na verdade, aquilo que doamos, que oferecemos  à vida: à vida: o amor, as virtudes, o bom caráter.
As outras coisas são muletas que usamos para ajudar na caminhada; assim que aprendemos a andar direito, com a cabeça erguida diante da vida, deixaremos  tudo de lado para partir rumo a novo aprendizado. Ficará  para trás tudo aquilo que nos prende ao chão, à retaguarda.
É preciso se desapegar do mundo. Usar as coisas que estão no mundo sem  se submeter a elas. Essa, a verdadeira essência da sabedoria.
Somos todos imortais, espíritos, filhos da vida, de Deus. Coisas passageiras não fazem parte do que é  eterno, e o que é  eterno não pode ficar preso àquilo que é passageiro.
Pense nisso, meu filho.
 
Pai João de Aruanda
Psicografado por Robson Pinheiro
In Sabedoria de Preto Velho

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